quarta-feira, 21 de maio de 2014

José Lopes da Silva - 2

José Lopes da Silva. Nasceu em São Nicolau, 15 de Jan. de 1872 e faleceu em 02 de Set. de 1962).

Natural da ilha de S. Nicolau, onde nasceu em 1872, José Lopes da Silva aprendeu a ler com o cónego Machado e estudou no Seminário-Liceu, cujo curso completou e foi aluno do cónego Joaquim da Silva Caetano.

Autodidacta, mais tarde aprendeu por si mesmo a língua inglesa. Na sua ilha natal privou com poetas e intelectuais como Custódio José Duarte e Alfredo Troni.

Sendo órfão de pai, teve que procurar trabalho desde cedo e começou por assentar praça, aos quinze anos, em 1887, na 1.ª Companhia de Polícia na Praia, onde conheceu e foi amigo dos poetas Guilherme Dantas e Luiz Medina de Vasconcelos. Depois foi colocado em S. Vicente, mas desistindo da carreira militar foi para a ilha da Boa Vista onde se casou.

Em 1891 emigrou para Angola, a convite de Alfredo Troni, que o empregou na sua fazenda de Hoco, no Cazengo, tendo também trabalhado em Oeiras, próximo do rio Lucala. Esta foi a sua única ausência do arquipélago durante toda a sua vida. Acometido por uma grave biliosa, regressou a Cabo Verde para nunca mais abandonar as suas ilhas. Voltou à cidade da Praia onde trabalhou na Casa Serra.

O Governador Serpa Pinto, que apreciou as suas qualidades literárias, nomeou-o professor do ensino primário e foi colocado na ilha da Boa Vista. Ali viveu seis anos (1894-1900) durante os quais desenvolveu uma intensa actividade cultural.

Foi transferido para a Escola Principal da Vila de Ponta de Sol, ilha de Santo Antão. Nesta ilha, onde viveu 28 anos (1900-1928) e foi professor do futuro catedrático Martinho Nobre de Melo, manteve, pelo menos desde 1900, uma escola particular do ensino das línguas francesa e inglesa e de História e Geografia, escola que o governo da província subsidiou desde aqule ano tendo em conta quer o ensino na referida escola era profícuo o que se provava pelo elevado número de alunos apresentados a exame nas matérias leccionadas pelo referido professor.

Por nomeação do Governador, que também era poeta, foi por três anos (1928-1931), professor do Liceu Infante Dom Henrique, na ilha de S. Vicente, onde se reformou e passou a viver.

Foi agente consular do Brasil e da França e possuía condecorações nacionais e estrangeiras como a comenda da Ordem do Infante Dom Henrique, que lhe foi entregue na sua própria casa pelo então ministro do Ultramar Adriano Moreira, em 1962; a Legião de Honra da França foi-lhe conferida pelo General de Gaulle (pelo seu soneto “La France”, escrito durante o período da Resistência na 2.ª Guerra Mundial); foi elevado ao grau de Pupilo do Império Japonês pelo imperador Hiro-Hito (pelo seu poema heróico em louvor do Japão a propósito da Guerra Russo-japonesa, 1905); o seu poema “Helvétia” foi declarado património da Suíça; foi admitido nas Academia Francesa, etc.

Por Decreto Presidencial N.º 3/95, de 2 de Fevereiro, foi agraciado, a título póstumo, pelo Presidente da República de Cabo Verde, Dr. António Mascarenhas Monteiro, com o Segundo Grau da Ordem do Dragoeiro e a Primeira Classe da Medalha de Mérito. Na cidade do Mindelo tem um busto em sua memória numa praça com o seu nome, perto da casa onde residiu.


(retirado de: http://brito-semedo.blogs.sapo.cv/145276.html)

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